DISCO VALIOSO
Dos conjuntos de cordas que o disco tem
divulgado entre nós, como os de Morton Gould, George Melachrino, David Rose,
Victor Young, André Kostelanetz e outros, o de Frank De Vol destaca-se pela
originalidade com que são empregados os instrumentos da orquestra,
especialmente os de sopro, que raramente são lançados, e quando isso acontece
harmonizam-se de forma original com as cordas, que predominam no famoso
conjunto. Cumpre notar, sobretudo, a maneira incomum como De Vol faz uso dos
vinte e tantos violinos da sua orquestra, deles conseguindo efeitos ímpares, quase
celestiais. É o que acontece, por exemplo, nas gravações constantes do disco
nº10-40004, da Capitol, e do qual nos vamos ocupar.
Duas curiosas peças encerram esse disco: Moon
Love e On the Isle of May, ambas calcadas em temas sugeridos,
respectivamente, pela Quinta Sinfonia e pelo Andante Cantabile do
Quarteto em Ré Maior de Tchaikowsky.
É de observar-se a leveza com que De Vol
impregnou as melodias, conservando a essência do tema original. Embora não seja
de seu hábito usar e abusar dos instrumentos de sopro, como dissemos, nas
passagens de maior sensibilidade ele lança mão dos oboés e fagotes harmonizando
os seus sons de forma notável com os violinos. Tudo com muito gosto e
sensibilidade, que não faltam ao famoso regente. A introdução de Moon Love,
por exemplo, onde é utilizado o piano, em sol, combinado com um coro vocal, é
de uma beleza e delicadeza quase absoluta em música. Digno de nota é, também, o
final da gravação, em que De Vol emprega as flautas que, aos poucos, vão-se
diluindo até perderem-se no éter...
Os apreciadores da música orquestral não devem
deixar de ouvir esse disco. Vale a pena. Trata-se de uma cera valiosa, digna de
figurar com destaque em qualquer estante de discos.
Frank Sinatra, com Begin the Beguine,
está presente no suplemento Columbia para maio próximo. – A Continental, por
sua vez, assinala a volta do seu maior sambista, Jorge Veiga, com Medalha
Dourada. – Sarah Vaughan e Billy Eckstine gravaram, juntos, para a MGM, um
disco que vai ser a coqueluche dos jovens “coca-cola”. – Uma grande notícia: os
discos de fabricação inglesa, dos selos Parlophone, MGM, Decca, Columbia e
Brunswick vão baixar de preço! Isto se deve à desvalorização da libra. – Ciúmes
(Jealousy) foi gravado, aliás de forma soberba, por Kathryn Grayson,
para a MGM. – As novas maluquices de Spike Jones, gravadas pela Victor se
intitulam Mourpheus e Wild Bill Hiccup. – Sharkey Bonano e seus
“dixielanders” estão gravando para a Capitol, em Hollywood. – Por hoje é só.
Nenhum comentário:
Postar um comentário