segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Diário da Noite, 05 de Abril de 1950

DISCO VALIOSO

Dos conjuntos de cordas que o disco tem divulgado entre nós, como os de Morton Gould, George Melachrino, David Rose, Victor Young, André Kostelanetz e outros, o de Frank De Vol destaca-se pela originalidade com que são empregados os instrumentos da orquestra, especialmente os de sopro, que raramente são lançados, e quando isso acontece harmonizam-se de forma original com as cordas, que predominam no famoso conjunto. Cumpre notar, sobretudo, a maneira incomum como De Vol faz uso dos vinte e tantos violinos da sua orquestra, deles conseguindo efeitos ímpares, quase celestiais. É o que acontece, por exemplo, nas gravações constantes do disco nº10-40004, da Capitol, e do qual nos vamos ocupar.

Duas curiosas peças encerram esse disco: Moon Love e On the Isle of May, ambas calcadas em temas sugeridos, respectivamente, pela Quinta Sinfonia e pelo Andante Cantabile do Quarteto em Ré Maior de Tchaikowsky.

É de observar-se a leveza com que De Vol impregnou as melodias, conservando a essência do tema original. Embora não seja de seu hábito usar e abusar dos instrumentos de sopro, como dissemos, nas passagens de maior sensibilidade ele lança mão dos oboés e fagotes harmonizando os seus sons de forma notável com os violinos. Tudo com muito gosto e sensibilidade, que não faltam ao famoso regente. A introdução de Moon Love, por exemplo, onde é utilizado o piano, em sol, combinado com um coro vocal, é de uma beleza e delicadeza quase absoluta em música. Digno de nota é, também, o final da gravação, em que De Vol emprega as flautas que, aos poucos, vão-se diluindo até perderem-se no éter...

Os apreciadores da música orquestral não devem deixar de ouvir esse disco. Vale a pena. Trata-se de uma cera valiosa, digna de figurar com destaque em qualquer estante de discos.

Kathryn Grayson
NOTÍCIAS

Frank Sinatra, com Begin the Beguine, está presente no suplemento Columbia para maio próximo. – A Continental, por sua vez, assinala a volta do seu maior sambista, Jorge Veiga, com Medalha Dourada. – Sarah Vaughan e Billy Eckstine gravaram, juntos, para a MGM, um disco que vai ser a coqueluche dos jovens “coca-cola”. – Uma grande notícia: os discos de fabricação inglesa, dos selos Parlophone, MGM, Decca, Columbia e Brunswick vão baixar de preço! Isto se deve à desvalorização da libra. – Ciúmes (Jealousy) foi gravado, aliás de forma soberba, por Kathryn Grayson, para a MGM. – As novas maluquices de Spike Jones, gravadas pela Victor se intitulam Mourpheus e Wild Bill Hiccup. – Sharkey Bonano e seus “dixielanders” estão gravando para a Capitol, em Hollywood. – Por hoje é só.

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