sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Diário da Noite, 06 de Julho de 1950

DOIS VOCALISTAS INGLESES

Na grande maioria das gravações da orquestra de concertos de Peter Yorke, para a Columbia, o que se destaca é o sax alto de Freddy Gardner, de cujo virtuosismo, no trato do seu bizarro instrumento, já tivemos ocasião de falar deste cantinho de coluna. Mas, além de ser uma excelente orquestra de concerto, o conjunto de Peter Yorke é ainda excelente acompanhador. É o que nos revela o disco que temos em mãos no qual, em uma das faces, Yorke executa o acompanhamento da vocalização de Steve Conway e, na outra, a de Peggy Reid.

Steve Conway, bem assim Peggy Reid, são dois cantores dos mais populares da Grã-Bretanha. Por isso mesmo, sendo a orquestra de Peter York considerada a mais homogênea da grande ilha, Steve Conway e Peggy Reid são os responsáveis pela parte vocal do aplaudido conjunto.

Steve Conway
Na face do disco em que atua Steve Conway vamos encontrar uma bonita melodia de Wade e Goell, intitulada Souvenir de Paris. A particularidade curiosa dessa composição é ter sido baseada em retalhos de melodias francesas, inclusive do hino nacional francês, A Marselhesa. Muito interessante a fórmula usada pelos compositores, entrosando de forma inteligente os trechos mais expressivos das músicas francesas no tema original, o mesmo acontecendo com a letra, que conta episódios acontecidos em Paris.

Peggy Reid, responsável pela vocalização da face oposta do disco que vimos analisando, possui uma voz um tanto parecida com a de Betty Grable. Talvez seja um pouco menos ardorosa que a da formosa artista cinematográfica. Não fosse Peggy Reid inglesa... Mesmo assim, entretanto, a interpretação que empresta à canção Say it Every Day, é daquelas que logo de início, revela o quilate superior da artista.

Peter Yorke
As orquestrações feitas por Peter Yorke, bastante interessantes e melhor ainda executadas. O sax alto de Freddy Gardner, irreverentemente, se fez notar nos refrãos orquestrais.

Trata-se, em resumo, de um disco bastante agradável.

Na foto: O Sheik da Arábia, uma das mais belas páginas musicais de Snyder, mereceu de Morton Gould uma orquestração das mais interessantes e uma execução impressionantemente soberba. O disco, que foi incluído no suplemento Columbia do mês passado, só agora nos chegou às mãos. E pudemos aquilatar o seu elevado padrão artístico. Os que gostam do gênero “fantasia” encontrarão nele excelente material.

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