terça-feira, 19 de novembro de 2013

Diário da Noite, 10 de Maio de 1950

“CHANSONIER” ÍTALO-FRANCÊS

Embora poucos saibam, Yves Montand, a “nova sensação de Paris”, não é francês, mas italiano, tendo nascido em Veneza há mais ou menos vinte e oito anos. Sua família, porém, quando o garoto tinha apenas dois anos, mudou-se para Marselha, onde o futuro chansonier cresceu e fez os seus estudos primários e secundários.

Yves, porém, não teve uma juventude das mais folgadas. Para ajudar s seus pais na luta pela vida teve que se empregar numa fundição de aço, trabalho esse nada leve para um jovem de complexão não muito avantajada. Na usina, porém, nas horas vagas, distraía os colegas, cantando as últimas novidades lançadas por Maurice Chevalier ou Charles Trenet. Essas suas audições, a princípio voluntárias, tornaram-se, mais tarde, obrigatórias, pois os operários da fundição não podiam passar sem elas. Admiravam a maneira como o jovem Yves cantava. O italianinho – diziam – tinha um grande futuro.

Um descobridor de valores ouviu falar do cantorzinho da usina de aço. Ouviu-o e não escondeu a sua admiração. Seria, não tinha a menor dúvida, “a nova sensação de Paris”. E acertou!

Yves Montand
A primeira apresentação de Yves, como profissional, deu-se no Colisée, de Marselha, alcançando a sua temporada sucesso inédito. Na noite de estréia, todos os operários da usina de aço, trajando as suas melhores roupas – que por sinal os incomodavam sobremaneira, fazendo-os suar por todos os poros – compareceram ao Colisée para ver e ouvir “o nosso italianinho”. Foi uma consagração. Uma noite de grandes carraspanas para os operários da fundição.

Em 1944 Yves foi chamado a Paris para cantar no Moulin Rouge. Sob a tutela artística de Edith Piaf, Yves mudou o seu estilo americano, especializou-se no estilo vocal parisiense. É considerado, atualmente, o maior chansonier parisiense da nova geração. Suas principais gravações são: Clopin Clopant, Mais Que-Est-Ce J'Ai, Les Enfant Qui S’Aiment, Matilda, Maitre Pierre, A Pris, Ma Douce Vallée e Un P’tit Bock.

Yves Montand grava para o selo Columbia francesa que, como se sabe, é distribuído no Brasil através da etiqueta Odeon.


Na foto: Georges Guétary, um dos grandes cartazes de França, é pouco conhecido entre nós. Grava para a Pathé. A Odeon, que representa, no Brasil, a maioria das grandes marcas internacionais, inclusive a Pathé, lançará brevemente as gravações desse festejado chansonier.

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