quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Diário da Noite, 22 de Maio de 1950

OS SALTIMBANCOS

Dmitri Kabalevsky, com Shostakovsky e Khachaturian, é um dos mais festejados compositores da nova geração de músicos russos. Nascido na então São Petersburgo, a 30 de dezembro de 1904, estudou no Conservatório de Moscou, onde foi aluno de Miaskovski. As suas partituras vêm conquistando a simpatia da crítica e os aplausos do público, em geral, sendo que algumas delas já foram gravadas na Inglaterra e nos Estados Unidos como a abertura da ópera Colas Breugnon; a Sinfonia nº2, op. 19; o Concerto nº2, para piano e orquestra, em Sol menor, op. 23; e a suíte The Comedians da qual estamos tratando.

The Comedians, título com que a partitura aparece nas edições americanas e inglesas, e cuja tradução para o vernáculo poderia ser Os Saltimbancos, é uma suíte formada de trechos de música de cena, escritos originalmente para uma peça representada no Teatro Central Infantil, de Moscou, em 1938. No ano seguinte, o autor os reuniu em suíte, sem seguir, entretanto, a ordem com que eles se sucediam na peça.

A intenção de Kabalevsky, nessa suíte, é apresentar uma série de quadros musicais, que descrevam os alegres e característicos incidentes da vida de um desses grupos de saltimbancos, que percorrem o país, para divertir o público das feiras e festas locais. A música é viva, graciosa, de grande efeito, surpreendendo o ouvinte desprevenido que, por certo, julgaria tratar-se de mais um espetacular ballet russe de brilhante orquestração.

Dmitri Kabalevsky
Os Saltimbancos, opus 26, compõe-se das seguintes partes: 1) Prólogo; 2) Galope; 3) Marcha; 4) Valsa; 5) Pantomima; 6) Intermezzo; 7) Pequena Cena Lírica; 8) Gaivota; 9) Scherzo; e 10) Epílogo.

A execução dessa vivaz composição de Kabalevsky está, na gravação que temos em mão, a cargo da Phillarmonic Symphony of New York, sob a direção de Efrem Kurtz, execução essa precisa, cheia de vitalidade e de notáveis efeitos.

Por seu turno, a gravação Columbia, americana, está impecável, constituindo mesmo, ao que nos parece, uma das mais perfeitas jamais apresentadas pela famosa etiqueta. Os discos em apreço obedecem os seguintes números de ordem: DX-1.537/8.

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Na foto: Tati Casoni é uma vocalista peninsular das mais aplaudidas. Há poucos dias, ao apreciarmos um disco seu, não lhe fomos favoráveis. É que Casoni, especialista em cantar canções italianas, entendeu de gravar dois sambas brasileiríssimos... Mas a simpática vocalista se nos apresenta, agora, novamente pela etiqueta Continental, cantando, como só ela sabe, Il Perduto Amore, uma delicada canção italiana, e Valzer del Buon Humore, como o próprio nome está indicando, uma valsa bastante alegre.

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