segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Diário da Noite, 26 de Abril de 1950

TRECHOS DE ÓPERA

Temos em mãos novas gravações do tenor sueco Jussi Björling, acompanhado pela orquestra do seu conterrâneo Nils Grevillius. Já tivemos ocasião, nesta mesma coluna, de analisar a voz privilegiada desse admirável tenor sueco. Trata-se, com efeito, de uma das maiores vozes de tenor da atualidade. Nesse seu novo disco, da “His Master’s Voice”, no qual estão gravadas as árias Amor te Vieta, do 2º ato da ópera Fedora, de Giordano, e Come un Bel di di Maggio, do 4º ato de Andrea Chenier, também de Giordano, Jussi Björling confirma a nossa opinião, pois nos proporciona uma soberba interpretação dessas páginas do imortal compositor italiano.

Umberto Giordano, nascido em 1867, fez parte, como Mascagni, do grupo de compositores italianos que, há tempos, se convencionou chamar de “jovens”. Compôs as óperas Andrea Chenier, de todas a mais conhecida, La Cena delle Beffe, Fedora, Il Re e Siberia, além de várias canções.

Nils Grevillius
O aplaudido tenor nórdico, em convincentes interpretações, como dissemos, apresenta duas árias das mais conhecidas, apesar de as obras de Giordano serem pouco representadas atualmente, sobretudo em nossa temporadas líricas, onde La Traviata, Boheme, Mme. Butterfly e outras são repisadas de maneira irritante.

O disco, porém, tem a vantagem de oferecer os melhores trechos das aludidas obras de Giordano, na voz de um dos melhores cantores líricos da atualidade.

Da gravação propriamente dita nada há que dizer, pois o famoso selo britânico obedece a altos padrões, captando com fidelidade, quase absoluta, a voz do artista e o seguro acompanhamento orquestral, que obedeceu à batuta de Nils Grevillius, um dos mais queridos regentes da Suécia.

CARTAZES NO RIO

Grandes nomes da arte musical, consagrados artistas do disco, participarão da atual temporada de concertos do Distrito Federal. Nomes como os de Brailowsky, Karl Krueger, Sir Malcolm Sargent, Witold Macunzynski, Peter Wallfisch, Solomon, o famoso pianista, classificado como um dos seis melhores do mundo, Ferrucio Burco, o menino regente e Friedrich Gulda, estarão, em breve, recebendo os aplausos do exigente público carioca. É bem provável que os amantes do disco, em São Paulo, tenham ocasião de ver e aplaudir também essas figuras que aprenderam a admirar através das suas gravações.

Vamos aguardar.

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