NOVIDADES
As
firmas gravadoras já iniciaram as remessas de suas circulares às revendedoras,
relacionando as novidades em discos a serem lançados na segunda quinzena de
setembro próximo. A fim de que os leitores de “No Mundo dos Discos” fiquem a
par dessas novidades, vamos resumir aqui os suplementos avançados das diversas
etiquetas:
A
Odeon, por exemplo, no repertório nacional, nos promete gravações de cartazes
como Francisco Alves, Safira, ex-vocalista da orquestra de Carioca; Alcides
Gerardi, Dalva de Oliveira, Risadinha, Zé Gonzaga, irmão de Luiz, o homem dos
baiões; Vocalistas Tropicais, Muraro e, finalmente, Garoto e o seu espetacular
bandolim. Francisco Alves nos dará uma nova versão da valsa de José Maria de
Abreu e Francisco Matoso, já gravada por ele mesmo há muito tempo, intitulada Boa
Noite, Amor, e a versão brasileira da canção de Bixio, Na Estrada do
Bosque, que tanto cartaz deu a Gino Bechi. Safira, dona de uma voz bastante
interessante, nos proporcionará o maracatú de Jorge Tavares e Geraldo Medeiros,
Dance o Maracatú e o samba de Luiz Soberano e Jorge Gonçalves, Nosso
Lar. Por sua vez, Alcides Gerardi, que no último suplemento nos deu uma
bela versão do samba Maria, de Ary Barroso, secundado pelo coro dos
Apiacás, nos oferece um fox e um samba, respectivamente intitulados Um Mês é
Muito Tempo, de Iraní de Oliveira e Euclides Silva, e Jardim Sem Flor,
de Waldemar Silva e Mary Monteiro. Secundada pela homogênea orquestra de Oswaldo
Borba, Dalva de Oliveira comparecerá com mais um samba da absurda polêmica
entre ela e seu ex-marido, Herivelto Martins, intitulado Errei, Sim, que
leva a assinatura de Ataulfo Alves, e o samba de Alvarenga e Ranchinho, Segundo
Andar. Risadinha, o simpático vocalista colored
de São Paulo, está presente com um samba e um samba-choro: Comerciária e
Vê Se Te Agrada, respectivamente de Carvalhinho e Mário Rossi, e Haroldo
Lobo e Milton de Oliveira.
O compositor Abelardo Barbosa, mais tarde o grande Chacrinha |
Disco Voador e Alencarina Bonita, de
Abelardo Barbosa e José Gonçalves, e José Amâncio e José Januário, um choro e
um balanceio, respectivamente, é o que Zé Gonzaga e sua sanfona nos irá
proporcionar. Quem é que Não Sente? e Desculpa, de Ataulfo Alves
e Waldemar Teixeira, são os dois sambas que os Vocalistas Tropicais nos vão
trazer. O Baião e o Moto Perpétuo com Muraro e grande orquestra,
lançados com antecipação, já foram objeto de considerações por esta coluna.
Garoto, o endiabrado bandolim que tantos admiram virá com o samba de Benedito
Lacerda, Dinorá e com a valsa de Atílio Bernardini, Beira-Mar.
Isso no que diz respeito à parte nacional. Longa é a lista das gravações
internacionais da Odeon da qual se destaca o disco de Anton Karas, em solo de
cítara, interpretando O Terceiro Homem e Valsa do Café Mozart,
ambas as composições do filme O Terceiro Homem, que tanto sucesso vem
alcançando na Europa, precisamente por causa dessas duas músicas, que são de
autoria do próprio Anton Karas, que, nele, executou o solo.
Palácio da Música |
Por
seu turno, variadíssimo é o suplemento nacional da Victor. Assim é, que,
encabeçando a lista, vamos encontrar a segunda gravação do novo Trio de Ouro. Paisagem
Paulista e O Mar, um samba e uma canção, é o que ele nos oferecerá. Restinho
de Amor e Beleza dos Teus Olhos, são os sambas que Nelson Gonçalves
nos vai trazer. Migalhas e Copo D’Água são os títulos dos sambas
que Linda Batista nos promete. Carlos Galhardo, com Foi Um Sonho e O
Resto É Silêncio, uma valsa e um samba-canção, está presente na lista.
Composições nas vozes de Gilberto Milfont, Isaura Garcia, Gilberto Alves,
Quatro Ases e Um Coringa, Luiz Gonzaga, etc., também fazem parte do suplemento
de setembro da Victor e só não o relacionamos aqui por absoluta falta de
espaço.
Ainda
não recebemos as listas da Elite, Continental, da Capitol, razão por que
deixamos de a elas fazer referência. A lista da Columbia, bem assim a da Cetra,
serão focalizadas juntamente com as demais, tão logo a recebamos.
Aníbal Augusto Sardinha, dito Garoto |
Na
foto: “Garoto” tem esse cognome porque começou muito cedo a atuar no rádio. Era
realmente um garoto quando enfrentou, pelas primeiras vezes, os microfones.
Hoje, todavia, ele já não é um garoto, como se pode notar pela fotografia. Já
se notam sinais do tempo e seu rosto. Entretanto, “Garoto” continua sendo tão
ágil nos dedos, ou mais, como nos seus tempos de garoto. Suas gravações são
verdadeiras lições de bandolim e os admiradores desse interessante instrumento
não perdem uma sequer, tão logo sejam colocadas nas revendedoras. Uma gravação
de “Garoto” faz parte do suplemento Odeon de setembro próximo.
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