quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Diário da Noite, 8 de setembro de 1950

TÓPICOS E INFORMAÇÕES

As gravadoras americanas, ultimamente, estão se dedicando à produção de álbuns especializados em músicas de jazz. A Columbia, por exemplo, vem de distribuir o seu Class Jazz, com gravações de Ted Lewis e seu conjunto. Por sua vez, a Decca edita um espetacular álbum de jazz clássico, que faz parte de sua coleção, recém-iniciada, intitulada Red Nichols Classics, constituindo este o segundo volume da série. Ainda a Decca nos oferece outro álbum, no gênero, sob o título de Cab Calloway, que, como o próprio título está a indicar, é composto de gravações da famosa orquestra de Cab Calloway. – A Continental colocará nas revendedoras, dentro de poucos dias, várias gravações de bom padrão, como a de Jorge Goulart, interpretando 25 de Abril, fox de Frazão e Roberto Martins, e Lírios do Campo, samba de Ataulfo Alves e Peter Pan. O conjunto de Cópia é o responsável pelo acompanhamento, aliás, muito interessante. – O disco de Ademilde Fonseca e Jorge Veiga, por sua vez, nos apresenta a voz de Ademilde mais interessante, porque ela não vocaliza com aquela sua intensidade característica, mas sim cadenciadamente, demonstrando, assim, o seu bonito timbre vocal. Carne Seca com Tutu é o samba que ela canta, juntamente com Jorge Veiga. Na outra face, apenas Jorge intervém, porquanto é uma valsa, Anúncio, de Bené Machado, sendo secundado pelo conjunto de Geraldo Medeiros.

Zé Fortuna, Piracicaba e Coqueirinho
– Dentro de poucos dias o público vai tomar contato com vários artistas caipiras autênticos. A Elite e a Continental irão apresentá-los através dos seus discos. A primeira nos dará o “Trio Floresta”, composto de Piracicaba, Zé Fortuna e Coqueirinho, cantando Lágrimas de Mãe, que conta a história de um pracinha que morreu na Europa, e Rancheiro Triste. A segunda nos oferecerá a dupla Zé Carreiro e Carreirinho, cantando o cururú Canoeiro.

Araci Costa
– A Todamérica, dentre os seus lançamentos próximos, marcará a estréia de Araci Costa, uma pequena de talento, cantando dois baiões, Obalalá e Rio Vermelho. – Novos cartazes da Elite: Eduardo Nunes, vocalista, e Jacob Thomas, solista de bandolim. Além de Alba Mery, bolerista, que nos vai proporcionar as seguintes gravações: En Revancha, bolero de Agustín Lara, do filme A Deusa Ajoelhada; Franqueza (mambo), de Mario Fernandez Porta; Contigo, bolero de Claudio Estrada; e Ni que Si, Ni Quizá, Ni que No, um mambo de Alfredo Gil, que constitui uma resposta aos boleros Dime que Si, Quizás, Quizás, Quizás e No, No y No. – Em sua série de historietas infantis a Continental irá lançar, dentro em pouco, a Gata Borralheira. Branca de Neve e os Sete Anões vai ser gravada. – O suplemento Victor para outubro sairá do prelo na próxima semana. – Idem, o da Odeon. – Sobre eles teceremos considerações.

Lucienne Delyle
– A Continental, que organizou uma série de gravações nas vozes dos nossos maiores poetas, dizendo os seus mais representativos poemas, vem de gravar a voz do Dr. António Botto, um dos mais inspirados amantes das musas. – Interessante álbum exclusivamente com melodias de Noel Rosa será editado pela etiqueta dos três sininhos. As gravações serão feitas por Sílvio Caldas e Aracy de Almeida. Bonita homenagem ao imortal compositor de Santa Isabel.

Na foto: Lucienne Delyle, uma das mais expressivas vocalistas de Paris, atualmente no Rio de Janeiro, é artista exclusiva da Columbia. Suas mais recentes criações para a famosa etiqueta foram C’est Un Cars, canção de Pierre Roche, e Au Soileil de Mai, de Aimé Barelli, também uma canção. A orquestra que assiste Lucienne, neste disco, é a de Aimé Barelli. 

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